Pelo Professor Rui Rodrigues,
"Ainda que se confundam
os conceitos de delegado ao jogo e diretor de futsal, isto falando num nível
amador, onde muitas vezes o delegado ao jogo é o diretor para o futsal, que vai
no seu vasto trabalho clubístico, desempenhando funções que poderiam ser
separadas; importa reter algumas das suas qualidades.
Um “exemplar” delegado ou
diretor sabe ocupar o seu espaço e desempenhar a sua função e modo eficaz e
discreto.
Um “vulgar” delegado ou
diretor, por vezes, exacerba a sua função para campos que não são os seus e
colide com a liderança da equipa técnica, intrometendo-se no que não lhe
respeita.
O delegado ou diretor tem de
ser um homem apaixonado pelo futsal, um verdadeiro “maluco”, que além de
preencher umas fichas de jogo, tem de assegurar que todo o trabalho invisível
esteja disponível para que a equipa tenha todas as condições de atingir o
sucesso.
Tem de ser alguém com
coragem, alguém que ponha de lado a intriga, o jogo de bastidores e acima de
tudo tenha presença. Tem de ter presença para dar um murro na mesa, mas também
que assegure uma presença para elogiar e estar em contato permanente com a
equipa.
É alguém que deve ser o
interlocutor de referência, com os técnicos, com os jogadores, fazendo a ponte
com o presidente do clube. Alguém com coragem de exigir ao dirigente máximo, de
alertar, mas também de proteger e ser capaz de aconselhar os seus jogadores e
equipe técnica.
Todos nós já tivemos este
tipo de pessoa nos clubes por onde passámos.
A verdade é que há sempre exceções
e, por vezes, surgem os pseudo diretores ou melhor dizendo, os “cancros” que se
instalam nas equipas tendo outros fins.
Geralmente, esses
“diretores” ou “delegados” têm sempre certezas absolutas, nunca se enganam e
estão sempre na linha da frente para o “diz que disse”. Uns vão de fato para os
jogos, outros de camisa, mas o seu foco é sobretudo o “eu”, pondo-se em
evidência o “eles”; principalmente nas derrotas: “eles perderam outra vez….
Eles não jogam nada…”
Estas almas são sempre muito
experientes, falam alto, gostam de fazer-se ouvir e têm conhecimentos de
futsal. Têm tantos conhecimentos que alguns anseiam o lugar de treinador a
curto ou curtíssimo prazo. Há aqueles que até, no superior interesse do clube,
vão tirar o curso de treinador…para alguma eventualidade é claro!
Conclusão, devemos combater
este tipo de indivíduos que se arrastam pelo nosso futsal ou pelo menos
fazer-lhe ver o velho ditado: “cada macaco no seu galho”. Ainda assim, se de
facto quiserem seguir as pisadas de técnico, que o façam com idoneidade.
O verdadeiro diretor ou
delegado é aquele que está disponível para organizar, que passa horas a fio em
atividades multifacetadas, em reuniões, no controlo das questões que preocupam
o todo, ou seja, a equipa.
O verdadeiro diretor é
aquele que chega atrasado ao treino, porque esteve a resolver algo de última
hora, mas depois do treino faz mais um sem número de telefonemas para que tudo
esteja como o planeado.
A todos os homens
multifacetados que dirigem o nosso futsal devemos respeito e admiração. Aos que, ainda nessa função,
pensam ou anseiam outros cargos… … que o divino os ilumine".
*Na foto que ilustra o texto
é de Luís Furnas, "um exemplo daquilo que deve ser um diretor de futsal".
Texto: Rui Rodrigues (Açores
- 2015)