NOME: Gustavo Nuno Marques Frade
NATURALIDADE:
Malpique – Concelho de Constância
Distrito Santarém
IDADE: 33 Anos
ÁRBITRO FORMADO EM: 2006/2007
ÁRBITRO 1ª CAT DISTRITAL: 2009/2010
O QUE PENSA DA ARBITRAGEM EM SÃO MIGUEL?
Penso que, como todos os aspectos da modalidade, está em processo evolutivo. Nota-se alguma adesão de candidatos a árbitros de futsal e como é natural. Existe uma fase de aprendizagem, acompanhada pelos árbitros mais experientes. Não é uma tarefa fácil uma vez que há sempre muitos olhos postos no erro do árbitro, que é admissível, uma vez que é humano e tem apenas uma fracção de segundo para decidir, e a pressão é constante, mesmo em patamares inferiores como é o caso dos jogos das competições distritais.
Em todo o caso, penso que a Associação de Futebol de Ponta Delgada está bem servida de árbitros de futsal, que acima de tudo dão sempre o seu melhor nos jogos que são chamados a dirigir, fruto da dedicação, empenho e trabalho para actuar cada vez melhor.
Uma palavra também para a Academia de Arbitragem de Futsal de São Miguel, fundada em 19 de Setembro de 2007. Tem como objectivo auxiliar todos quantos se encontram ligados à arbitragem de futsal a melhorar os seus conhecimentos e consequentemente melhorar as suas actuações nos jogos para os quais são nomeados.
O QUE O LEVOU A SER ÁRBITRO?
O futsal sempre fez parte da minha vida, uma vez que, fruto da existência de um clube na minha localidade - “Clube Desportivo Os Indomáveis” do qual o meu pai foi presidente, assisti à evolução da modalidade no Continente, desde o futebol de salão, em torneios das várias localidades, passando pela federação na Associação de Futebol de Santarém na modalidade de “Futebol de 5” e consequente disputa provas distritais e nacionais, defrontando equipas como o Sporting, o Miramar e o Correio da Manhã, até à fusão que deu origem ao futsal, onde defrontámos o Instituto D. João V, o Freixieiro, a AMSAC e o Olivais, só para citar alguns.
Daí que, tendo passado por atleta, dirigente, filho de dirigente e com algumas experiências em termos de arbitragem em torneios de freguesia, a hipótese de continuar ligado à modalidade em São Miguel surgiu com a arbitragem, por intermédio de um amigo árbitro, e decidi experimentar esta tarefa, ficando agradado com experiência.
SUBIDA A OBSERVADOR NACIONAL – OBJECTIVOS?
Os meus objectivos como Observador do quadro nacional passam, numa primeira fase, por manter-me nesse grupo restrito de Observadores.
Paralelamente, tenho consciência que as minhas responsabilidades a nível de arbitragem distrital aumentaram. Nesse sentido procurarei apoiar o melhor possível tanto a equipa de arbitragem do Conselho de Arbitragem de Ponta Delgada na 3ª Categoria Nacional como os árbitros no distrital, com todos os conhecimentos que me forem sendo transmitidos quer nas Acções de Formação quer nas Observações de Árbitros que farei durante a época.
COMENTÁRIO À SUBIDA À 1ª DIVISÃO DO OPERÁRIO?
A subida do Operário é um excelente resultado para a Ilha e para a Região, uma vez que disputar uma 1ª Divisão Nacional, seja em que modalidade for, deve ser motivo de orgulho para todos.
Esperemos que o feito impulsione a modalidade para que outras equipas da região também possam ascender a outros voos.
O QUE PENSA DO FUTSAL EM SÃO MIGUEL?
Apesar de todo o caminho já percorrido e com a evolução que se conhece, penso que ainda podemos considerar o futsal em São Miguel como uma criança. Existe grande tradição de futsal, ou das modalidades que o antecederam, no Continente, sendo a modalidade amadora mais praticada. Claro que a realidade é diferente, com outra capacidade quer em termos humanos (atletas e dirigentes) quer em termos financeiros (patrocínios), mas penso que, de uma forma sustentada, sem facilitismos para obter números a curto prazo e apoiados em clubes com escalões de formação, temos potencial para impulsionar o futsal na ilha, fazendo-o crescer.
A meu ver, o futsal será a modalidade de referência do futuro, pelos valores envolvidos. É menos dispendioso manter uma equipa de futsal do que uma de futebol de 11, devido ao número de atletas.
Julgo que crise económica e financeira global irá ser um factor importante no desenvolvimento da modalidade pois motivará alguns clubes a optar pelo futsal.
COMENTÁRIO À SÉRIE AÇORES FUTSAL?
A Série Açores deixa-me pensamentos ambíguos: se por um lado iremos assistir a uma maior competitividade entre os clubes, por outro lado os custos para os clubes também irão aumentar.
Em todo o caso, julgo que será um passo importante para o futsal regional em termos da desportivos, porque vai obrigar as equipas da Região a elevar o seu nível competitivo.
Também em termos económicos e sociais será benéfico, uma vez que irá permitir uma constante deslocação de equipas de umas ilhas para outras, favorecendo a troca de experiências, deixando os clubes e atletas mais preparados.
Texto e Foto:
José Araújo