quarta-feira, 29 de junho de 2011

ENTREVISTA COM O ÁRBITRO NUNO CÉSAR MEDEIROS - AFPD

BI:
NOME: Nuno César Almeida Medeiros
NATURALIDADE: Ponta Delgada
IDADE: 33 Anos
ÁRBITRO FORMADO EM: 2003 (AFPD)

O que o levou a ser árbitro?
Sempre fui um apaixonado pelo futebol. Joguei até á idade de júnior, e depois abandonei para me dedicar só aos estudos, mas sempre pensei um dia voltar ao futebol.
Um dia um colega de trabalho que era na altura membro do Conselho de Arbitragem da AFPD, falou-me no curso de arbitragem que estava aberto, nem pensei duas vezes e fui logo inscrever-me. Apaixonei-me logo pelo outro lado do futebol: o da arbitragem.
Apesar de já ter começado muito tarde (25 anos) ainda fui a tempo de conseguir alguns objectivos importantes, como subir à 2 anos, à 3ª Categoria Nacional, depois infelizmente desci, e não pude ter uma 2ª oportunidade, devido à idade (o limite são 32 anos).
Decidi agora seguir a carreira de assistente, e logo no primeiro ano consegui o objectivo de subir à 2ª Categoria Nacional, fruto de muito trabalho e muita dedicação. Fiquei em 2º lugar a nível Nacional. Mas não fiquei totalmente satisfeito, pois o meu objectivo era ser 1º, apesar de subirem os 8 primeiros, teria um sabor muito especial ser 1º classificado a nível nacional.

O que pensa da arbitragem em São Miguel?
Temos alguns elementos de grande valor e cada vez mais jovens que se trabalharem, bem podem vir a ter um grande futuro. Mas temos também alguns que podiam aplicar-se mais e melhor, tanto a nível físico como teórico para poderem melhorar as suas prestações em campo.
Quanto ao Conselho de Arbitragem, na minha opinião, coloca ao nosso dispor todas as condições necessárias para podermos trabalhar e evoluir cada vez mais. Temos ao nosso dispor instalações de treino, disponíveis 4 vezes por semana, e mensalmente temos as reuniões internas, onde trabalhamos sempre a componente teórica, com visualização de vídeos e apresentação de trabalhos relacionados com leis de jogo, e onde podemos colocar todas a nossas questões e dúvidas que acharmos pertinentes, portanto julgo que se trabalha ao melhor nível, e só não aproveita quem não quer.

Qual a tua opinião sobre os árbitros da região a nível associativo, regional e nacional?
Os nossos árbitros são tão bons ou melhores que todos os outros. O que nos falta é mais competição a nível Nacional para estarmos ao nível de todos os outros, pois continuamos a fazer jogos em número muito reduzido. De momento temos um mínimo de sete observações e são estes sete jogos que fazemos, mais 3 ou 4 da série Açores (que não é tão competitiva como as outras séries), enquanto os árbitros do Continente têm praticamente todos os fins-de-semana jogos a nível Nacional, e isto sem dúvida “pesa” muito nas contas finais.

O que pensa das equipas de formação futebol em São Miguel?
Na minha opinião a qualidade existe, mas por vezes faltam dirigentes e treinadores com outra mentalidade. Esta mentalidade de “formar” jogadores e não de conseguir apenas resultados, a grande maioria só vê à sua frente é “resultados” e formar “jogadores” e principalmente “homens com carácter”, fica para 2º plano ou até mesmo fora dos planos, mas existem algumas excepções apesar de serem poucas.

A Série Açores trouxe vantagens ou não para o futebol regional?
Como em tudo tem temos a parte positiva e a negativa, e na minha opinião a série Açores “matou” o futebol Regional, mas por outro lado deu-nos a possibilidade de ter sempre pelo menos uma equipa na 2ª Divisão Nacional, o que antes não acontecia.





José Araújo