A câmara municipal de
Lagoa vai suspender os apoios financeiros destinados às equipas de futebol
profissional do Santiago Futebol Clube e do Clube Operário Desportivo, assim
com o apoio ao futsal deste último. A proposta de alteração dos apoios a
conceder às instituições desportivas do concelho, em concreto no que se
relaciona a estes dois clubes, foi aprovada por maioria em reunião de câmara na
passada segunda-feira.
O presidente da câmara
municipal de Lagoa, João Ponte, salienta que “se trata de uma medida de
contenção que surge em virtude da crise económica e financeira que o país e a
região atravessa que limita, cada vez mais, as acções do poder local que, no
caso concreto da câmara da Lagoa, assistiu a uma redução de três milhões de
euros em quatro anos, nas receitas provenientes só de taxas e impostos, bem
como a impossibilidade de reduzir despesa na mesma proporção da quebra na
receita. O autarca lagoense advoga ainda que, “a par destas limitações
debatemo-nos com dificuldades na gestão camarária provenientes da aplicação da
Lei de Compromissos, que entra em vigor amanhã, que impossibilita o aumento da
dívida a curto prazo e que assenta na obrigação da existência de fundos
disponíveis positivos no ato do cabimento, caso contrário corre-se o risco de
paralisar a atividade camarária.”
Neste contexto, o edil
lagoense salienta que, a partir de agora todos os apoios financeiros públicos
ao desporto vão reverter apenas para a vertente da formação, e salienta que “a
câmara municipal de Lagoa, ao longo destes anos, sempre atribuiu apoios ao
futebol profissional, com equidade e justiça entre os dois clubes, não
discriminando ou protegendo um em função do outro, tendo consciência que esta
prática acertada permitiu aos dois clubes atingiram elevados patamares a nível
desportivo e que são, de facto, motivo de orgulho para a Lagoa e para o
município. No entanto, “os cortes são e serão inevitáveis, não por nossa livre
vontade e querer, mas por uma imposição que somos obrigados a cumprir. Teremos
um poder local com: menos recursos afectos à cultura, menos apoios às causas
sociais, menos apoios ao desporto, menos apoios às nossas instituições e
associações e cumpriremos uma lei em prejuízo das pessoas.”
O autarca da Lagoa ainda
salienta que temos um governo da república que se preocupa, atualmente, pouco
com o bem estar das populações e das instituições, e preocupa-se muito em impor
leis que limitam as nossas competências e que são constantes ataques à
autonomia do poder local, que se encontra em grandes dificuldades, não por má
gestão, mas apenas e só porque está desde 2008, a perder receitas
devido a uma crise da qual não foram os responsáveis.”
No âmbito destes
protocolos financeiros, a câmara disponibilizará até ao final do corrente ano,
a estes dois clubes uma verba de cerca de 50 mil euros.
A suspensão do apoio
financeiro para o Clube Operário Desportivo e Santiago Futebol Clube, no âmbito
do futebol profissional e futsal, representa, num ano, um valor que ascende os
140 mil euros.
DFA/CML