Chegou na passada quarta-feira à Marina da Horta, Ilha
do Faial, a canoa de mar “Vitéz”, um
audacioso projeto de Gábor Rakonczay que nesta embarcação de 7.5 metros, única
no seu género, fez a primeira travessia oceânica deste tipo entre Grã-Canária e
Antígua.
O percurso de 2808 milhas náuticas foi percorrido em
60 dias por este húngaro de 31 anos. Rakonczay já cruzara o oceano
anteriormente por duas vezes em veleiros, e uma vez num barco a remos de 9
metros, com um companheiro, em 2007, fazendo nessa última volta, o mesmo
percurso que a canoa “Vitez”, agora efectuado.
A travessia não foi isenta de infortúnios. A 16 dias
de viagem, a canoa virou e o satélite partiu-se, deixando Rakonczay sem
contacto com terra nem qualquer tipo de informação meteorológica durante o
resto do tempo. Ainda assim, com a ajuda do GPS que continuava a funcionar, o
húngaro conseguiu chegar a Antígua.
Cumprido um sonho, Rakonczay decidiu regressar à
Hungria na canoa, fazendo nova travessia do Oceano Atlântico, tendo obtido a
ajuda de um veleiro que serviu de rebocador. Infelizmente, a cerca de 300
milhas da ilha do Faial, uma tempestade abateu-se sobre as embarcações e o cabo
que as ligava foi cortado. Após este incidente, Rakonczay obteve a informação
concreta acerca da sua posição através do veleiro “Canova”, das Ilhas Virgens
Britânicas, e deixou de estar à deriva. Finalmente, a 74 milhas da Marina da
Horta foi rebocado pelo iate francês “Zero”.
Em segurança, Rakonczay afirmou que vai transportar a
“Vitéz” para a Hungria por meio de contentor. Esta é a primeira canoa de mar
envolvida numa odisseia marítima desta dimensão entre as Canárias e as Caraíbas
e, como se calcula, não tem motor, sendo movida apenas a um remo. A
instabilidade da embarcação e a morosidade da viagem foram o mais complexo para
o solitário que afirma apenas ter dormido cerca de 4 horas por dia. Apesar
disto, Rakonczay diz que continuará a atravessar o oceano… mas, daqui para a
frente, apenas em veleiros.
DFA/
P.R.