Pelo menos, são já três os
árbitros que ameaçam colocar o apito na prateleira, conforme afirmaram ao DFA,
por sentirem-se inseguros nos relvados, “pois o “Código de Segurança”,
substituí as autoridades por alguém, sem ter poder legal para manter a ordem
pública, mas que usa um colete e um “distintivo” de segurança, sem o ser,
legalmente.
Recorde-se que este problema
foi desencadeado com a publicação do Decreto-Lei n. 216/2012, de 9 de Outubro,
e que se mantêm em vigor, apesar de não estar a ser cumprido. Algumas
Associações de Futebol, como a de Lisboa e Porto, estiveram paradas, várias
semanas, com destaque para a AF Lisboa, que vincou bem a sua posição. Por cá,
os campeonatos dos escalões de formação nunca chegaram a parar, mas o
descontentamento com a situação é motivo de discurso em quase todos os clubes
micaelenses, onde alguns colocam mesmo a possibilidade de fechar as camadas
jovens, se tiverem que pagar o policiamento.
Quanto à situação dos
árbitros micaelenses e da insegurança que poderão vir a sentir dentro das
quatro linhas, faz com que alguns juízes de futebol informassem a nossa
redacção que o que impera no seio da arbitragem não é medo, mas sim a falta de
segurança, e tudo que pode advir, da falta de policiamento, pois esta alteração
de segurança nos jogos, só coloca os árbitros à mercê de certos indivíduos que
vem nos árbitros os culpados das derrotas de alguns clubes, e não só. “Temo
pela minha vida, e como tal, na próxima segunda-feira, direi não, a este Código
de Segurança, que visa sustentabilizar os clubes, colocando no outro vértice o
perigo de um conjunto de entidades desportivas” – frisou um árbitro ao DFA, com
vários anos de carreira em S. Miguel.
Segundo apurámos, a AFPD, para criar este
Código, fez uma reunião com os árbitros, ouviu-os, “mas não levou em conta nada
que nós sugerimos e alertámos. A AFPD fez o que bem quis e nós fomos totalmente
postos de lado. A reunião serviu para afincar o momento, mas não fomos tidos
nem achados, fomos ignorados, isso sim…”- disse um dos nossos interlocutores,
que não quis ser identificado, por medo igualmente de represálias por parte da
AFPD.
Aliás, segundo, este mesmo
árbitro, o problema do policiamento resolve-se com um Bilhete de Identidade, a
quem é dado um colete e um crachá. E esta situação não tem data definida para
entrar em vigor, o “ que parece grave, pois pode ser dentro de um ano, ou já,
amanhã. Os árbitros não sabem nada…”.
Mas as pretensões da NAFISM,
que se encontra filiada na Associação Portuguesa de Árbitros de Futebol, também
solicitaram na citada reunião com a AFPD, que estes elementos de segurança
deveriam apresentar antecipadamente o registo criminal, e que nada deve constar
no mesmo, e igualmente um registo desportivo limpo (caso a pessoa tivesse sido
jogador ou dirigente ou outro). Mas conforme nos afirmaram “isso foi totalmente
ignorado”.
“Pretendemos que esses
elementos tenham formação adequada às funções a desempenhar e que não acumulem
funções (como pode vir a acontecer, e está no Código de Segurança que elementos
de segurança serão os delegados ao jogo e mais dois outros elementos).
“O importante aqui é que o público em geral
perceba que os árbitros estão preocupados com a possibilidade da escalada da
violência no desporto, e acima de tudo segurança para todos…”.
Mário Nunes (Jornalista)
Director DFA