sábado, 24 de novembro de 2012

NAFISM REÚNE SEGUNDA-FEIRA COM OS ÁRBITROS FACE ÀS MUITAS PREOCUPAÇÕES DO “CÓDIGO DE SEGURANÇA” DA AFPD

Vai realizar-se na próxima segunda-feira uma reunião com os árbitros de futebol organizado pela NAFISM-Núcleo de Árbitros de Futebol da Ilha de São Miguel, na sequência do novo “Código de Segurança” elaborado pela AFPD, e que ao invés de proteger os árbitros, dirigentes, atletas e outros envolvidos nas lides desportivas oficiais, nada traz em benefício destes. Bem pelo contrário, segundo alguns árbitros que falaram ao DFA, mas solicitaram anonimato, por medo de represálias da direcção da AFPD e do Conselho de Arbitragem, referiram que na próxima segunda-feira, podem sair algumas medidas que podem ser colocadas a breve prazo.
 
Pelo menos, são já três os árbitros que ameaçam colocar o apito na prateleira, conforme afirmaram ao DFA, por sentirem-se inseguros nos relvados, “pois o “Código de Segurança”, substituí as autoridades por alguém, sem ter poder legal para manter a ordem pública, mas que usa um colete e um “distintivo” de segurança, sem o ser, legalmente.
Recorde-se que este problema foi desencadeado com a publicação do Decreto-Lei n. 216/2012, de 9 de Outubro, e que se mantêm em vigor, apesar de não estar a ser cumprido. Algumas Associações de Futebol, como a de Lisboa e Porto, estiveram paradas, várias semanas, com destaque para a AF Lisboa, que vincou bem a sua posição. Por cá, os campeonatos dos escalões de formação nunca chegaram a parar, mas o descontentamento com a situação é motivo de discurso em quase todos os clubes micaelenses, onde alguns colocam mesmo a possibilidade de fechar as camadas jovens, se tiverem que pagar o policiamento.
Quanto à situação dos árbitros micaelenses e da insegurança que poderão vir a sentir dentro das quatro linhas, faz com que alguns juízes de futebol informassem a nossa redacção que o que impera no seio da arbitragem não é medo, mas sim a falta de segurança, e tudo que pode advir, da falta de policiamento, pois esta alteração de segurança nos jogos, só coloca os árbitros à mercê de certos indivíduos que vem nos árbitros os culpados das derrotas de alguns clubes, e não só. “Temo pela minha vida, e como tal, na próxima segunda-feira, direi não, a este Código de Segurança, que visa sustentabilizar os clubes, colocando no outro vértice o perigo de um conjunto de entidades desportivas” – frisou um árbitro ao DFA, com vários anos de carreira em S. Miguel.
 Segundo apurámos, a AFPD, para criar este Código, fez uma reunião com os árbitros, ouviu-os, “mas não levou em conta nada que nós sugerimos e alertámos. A AFPD fez o que bem quis e nós fomos totalmente postos de lado. A reunião serviu para afincar o momento, mas não fomos tidos nem achados, fomos ignorados, isso sim…”- disse um dos nossos interlocutores, que não quis ser identificado, por medo igualmente de represálias por parte da AFPD.
Aliás, segundo, este mesmo árbitro, o problema do policiamento resolve-se com um Bilhete de Identidade, a quem é dado um colete e um crachá. E esta situação não tem data definida para entrar em vigor, o “ que parece grave, pois pode ser dentro de um ano, ou já, amanhã. Os árbitros não sabem nada…”.
Mas as pretensões da NAFISM, que se encontra filiada na Associação Portuguesa de Árbitros de Futebol, também solicitaram na citada reunião com a AFPD, que estes elementos de segurança deveriam apresentar antecipadamente o registo criminal, e que nada deve constar no mesmo, e igualmente um registo desportivo limpo (caso a pessoa tivesse sido jogador ou dirigente ou outro). Mas conforme nos afirmaram “isso foi totalmente ignorado”.
“Pretendemos que esses elementos tenham formação adequada às funções a desempenhar e que não acumulem funções (como pode vir a acontecer, e está no Código de Segurança que elementos de segurança serão os delegados ao jogo e mais dois outros elementos).
 “O importante aqui é que o público em geral perceba que os árbitros estão preocupados com a possibilidade da escalada da violência no desporto, e acima de tudo segurança para todos…”.
 
Mário Nunes  (Jornalista)
Director DFA