O Conselho de Arbitragem da AFPD demitiu-se ontem. A notícia que
apanhou alguns de surpresa, pois o presidente Adriano Cabral, já tinha
apresentado uma vez a sua demissão, que na altura não fora aceite pelo
presidente Auditon Moniz.
Mas ontem
à tarde a notícia surgiu, e foi confirmada a um matutino micaelense, por
o próprio Adriano Cabral, que “trouxe” consigo os outros dois membros do Conselho
de Arbitragem, da AFPD, José Roque e José Hipólito. Este Conselho de Arbitragem
que já conta com seis anos de exercício decidiu assim demitir-se, devido aos
problemas das intromissões nos relatórios dos árbitros. “Houve
intromissão nos relatórios da arbitragem por parte da AFPD, mais concretamente no
desafio de futebol entre o Santiago e o Operário, e foi o que se chama o
entornar do copo”, referiu Adriano Cabral ao CA.
Aliás, conforme o DFA apurou, esta situação reporta-se ao sucedido na
ficha de jogo do encontro entre o Santiago e o Operário, do dia 18 de Agosto, "que tinha sido
adulterada", e por isso, o Conselho de Arbitragem decidiu bater com a porta. Reportamo-nos ao Torneio de Homenagem
ao ex-atleta Fábio Pires. Em causa o facto do nome do
guarda-redes do Operário, João Botelho ter constado na ficha de jogo, o que não
podia acontecer porque não estava inscrito.
Segundo Adriano Cabral,
na continuação das suas declarações, referiu que esta demissão já estava equacionada
desde os fins de Novembro, e só não se passou à prática devido às provas dos
escalões que decorriam na altura. “Já são seis anos e também já estava a acusar
algum cansaço” – disse o presidente demissionário.
Esta
demissão acontece numa altura desportiva sensível em São Miguel, pois a
situação de violência nos recintos de jogo, com o chamado “Código de Segurança”,
que não se sabe se vai ser colocado em prática, pois não tem data de arranque,
e depois toda a controvérsia em seu torno. Para além disso, os clubes micaelenses
a começarem a sentir-se aflitos em termos económicos por redução de verbas, e
com a formação em alguns clubes a perigar, o desporto saí fragilizado.
Texto e
foto: Mário Nunes/DFA