No seguimento da linha editorial que o
DFA tem vindo a realizar apresentando a vida desportiva de açorianos a viverem
no Arquipélago e fora dele, hoje falamos da grandiosa vida desportiva do
faialense Raúl Goulart, que a viver na Ilha da Madeira, que tem concretizado
sucessos atrás de sucessos.
Raúl
Miguel de Freitas Dutra Goulart, nasceu a 11 de Março de 1976, na cidade da Horta,
ilha do Faial. Frequentou a escola até ao secundário no Faial, e desde a sua
infância até à idade adulta, foi sempre um individuo fisicamente activo, praticando
um leque variado de modalidades: atletismo (Clube Atletismo Faial), andebol e futebol
(Sporting Horta), basquetebol (escolar), judo e patinagem (Sporting Horta),
natação (Clube Naval Horta), vela e remo (Clube Naval Horta).
Entre
todas estas modalidades, a que lhe despertou maior interesse foi o andebol,
onde percorreu todos escalões de formação no Sporting Clube da Horta. Praticou
então andebol, desde os minis até aos seniores, sempre sob a orientação do Professor
Rui Santos. Arrecadou em todos os escalões títulos de campeão Regional, mas a
nível nacional a falta de competição regional influenciava sem dúvida o
rendimento colectivo, onde o efeito da insularidade fazia se sentir.
Com
19 anos ingressou na Universidade dos Açores, na ilha Terceira, no curso de Engenharia
Agrícola (94/95). A regularidade e a disciplina do treino ficam então para segundo
plano, dando prioridade e maior atenção aos estudos superiores. Para colmatar aquele
vazio em termos competitivos, formou uma equipa de andebol senior na própria universidade.
Em dois anos (95/96 e 96/97), foram bi-campeões de ilha e ingressaram na Série Açores,
descendo no último ano (96/97), pela diferença de golos, dada a igualdade pontual
de equipas. A equipa extinguiu-se e surgiu o convite para ingressar no Clube
Juvenil Boa viagem (97/98), um grupo composto por atletas jovens e alguns experientes,
classificando-se em 3º lugar, assegurando desta forma a manutenção.
O
tempo foi passando e Raul Goulart conheceu Ana Neves, actual esposa do nosso
interlocutor. O facto de ter conhecido Ana Neves, que na altura realizava os
pré- requisitos necessários ao ingresso no curso de Educação Física, na
Universidade da Madeira, levou Raul Goulart a repensar o rumo da sua vida. Era
uma formação que tinha ambição de realizar pela influência da minha infância
desportiva. E se assim pensou, melhor o fez, pois foi viver para a ilha da Madeira. Terminou
o curso de Educação Fisica, em 2004/2005. Pelo meio, foi “tirando” os níveis de
treinador de andebol que a federação exigia e recebeu o primeiro convite para
treinar uma equipa de andebol de formação no Estreito (2001/2002). No ano
seguinte foi treinar o Madeira Andebol Sad, no escalão de infantis e iniciados
masculinos (2003/2004). Sempre ligado ao desporto e com a licenciatura em
Desporto terminada, concorreu ao Gabinete Coordenador do Desporto Escolar da
R.A.M. Inicialmente desempenhou funções no gabinete de formação e posteriormente
assumiu a pasta de coordenação do andebol Regional Escolar (2007/2008). Nesse
mesmo ano, Raúl Goulart decide tirar mais um nível do curso de treinadores (Nível
III).
Nesse
mesmo ano, abraçou um projecto na zona do Caniço, de iniciação ao andebol, a
convite da Associação de Andebol da Madeira, representando um clube do concelho,
o Cruzado Canicense, que teve uma duração de dois anos, e que movimentava cerca
de 60 atletas (minis). Ora, novamente vieram os títulos. E com o tempo e os títulos
a choverem, Raul Goulart foi convidado por o Académico Clube Desportivo, do
Funchal. No primeiro ano tive a meu cargo uma equipa de iniciados masculinos. Mais
uma vez, os títulos voltaram a falar mais alto, e Raul Goulart sagrou-se vice-campeão
regional, conquistando o torneio mais antigo de andebol de Portugal, o Madeira
Handball. No ano seguinte (2007/2008), com o mesmo escalão e com alguns atletas
que permaneceram, foi campeão regional e alcançou o acesso ao campeonato
nacional.
Em
2010, surge uma proposta para fazer parte da equipa técnica de andebol sénior,
como adjunto no Madeira Andebol Sad. “Aceitei, e cumpri a ambição de ingressar
no alto rendimento. Foram dois anos inesquecíveis, pois fomos duas vezes
consecutivas vice-campeões nacionais, ganhando a clubes com o dobro do nosso
orçamento. E na Taça de Portugal, fomos finalistas na época 10/11, perdendo com
o Benfica na final”.
No
ano seguinte, marcaram presença na final four da Taça de Portugal. Na
Supertaça disputada em Portimão, alcançou o terceiro lugar, vencendo o Futebol Cube
do Porto. As duas conquistas de vice-campeões nacionais, deram acesso as competições
europeias.
Na
época 2010/2011, a sorte "bafejou" Raul Goulart com um grande clube oriundo da Áustria. Conseguiram
empatar em casa, e fora perderam por sete bolas, acabando por serem eliminados da prova
E.H.F.. No ano seguinte, através do sorteio saiu uma equipa desconhecida das
ilhas Faroé. Conseguiu eliminá-los e de seguida veio um “tubarão” do
andebol, o Presov, tendo perdido a eliminatória na Eslováquia".
“Como
não sou uma pessoa de ficar estagnado, frequento muito o ginásio, bem como tenho
o hábito de correr, quer em ambiente competitivo, quer de lazer. Logo, surgiu o
convite para pertencer a uma equipa de triatlo, o Clube Desportivo Nacional. Foi
mais um grande desafio e em Janeiro de 2013, abracei esta modalidade com muito
gosto e não estou nada arrependido. Participei em Março como estreia num aquatlo
(corrida/natação), apos este realizei o meu primeiro triatlo na vila de Porto
Moniz (natação/bike/corrida) e em abril cometi a proeza de concluir um Half Iron
Man da “costa Laurissilva” com as seguintes distâncias (1900 natação/90 km
bike/21 km, de corrida). Após estes, realizei um triatlo olímpico, bem com
alguns duatlos".
Aliás, Raúl Goulart frisou ao DFA, que gostaria
muito de realizar um trialto no Arquipélago Açoriano, onde estão as suas raízes. Aliás, está agendado um triatlo com estas distâncias (Half iron Man) na ilha de
São Miguel, para Novembro próximo.
“Termino
este artigo com estas quatro palavras que fazem parte do meu dicionário
desportivo…
SUPERAÇÃO,
DISCIPLINA, MOTIVAÇÃO, E MUITO EMPENHO!”.
DFA/Raul
Goulart