sexta-feira, 23 de agosto de 2013

MARITIMO SC APRESENTOU EQUIPA SENIOR DE HÓQUEI EM PATINS COM ALGUMAS QUEIXAS DO GOVERNO REGIONAL

O Marítimo Sport Club apresentou, na passada quinta-feira, a equipa de seniores de hóquei em patins que vai disputar a 2ª Divisão Nacional. A apresentação decorreu na sede social do clube que se encheu para vários sócios poderem ver de perto atletas e escutar as palavras da direcção do clube, assim como do responsável pela modalidade e do técnico Júlio Soares, que continua no comando técnico dos atletas da Calheta, de Ponta Delgada. As novidades são poucas. O plantel, apesar de ainda estar “em construção”, vai ser basicamente o mesmo, da época transacta. A novidade é a integração de um atleta juvenil, dois juniores e um ex-júnior. Foram feitas algumas críticas ao Governo Regional, por parte do presidente Rui Tavares e do responsável da modalidade Dr. Óscar, pelo facto de terem sofrido cortes nos subsídios em cerca de 12 mil euros, apesar da subida de divisão”.
 
A abrir esta “cerimónia” Rui Tavares, presidente de direcção do clube, congratulou-se com o seu plantel e alertou o mesmo para o problema dos treinos e da necessidade de serem levados o mais sério possível, pois “só treinando com afinco e muita força de vontade se conseguem os resultados. Foi assim que aconteceu na época passada, e por isso acabaram por surgir resultados que não eram esperados, e é uma boa época que espero de todos vocês”. O presidente do clube afirmou que “é importante dar o litro durante os treinos, durante a semana, para que em cada desafio os resultados apareçam e desta forma a manutenção surja o mais rapidamente possível… É só isso que vos peço, pois sei que esta equipa é unida e recheada de vontade em vencer”.
Quanto a gastos com esta nova etapa da secção de hóquei em patins do Marítimo SC, Rui Tavares lançou críticas ao Governo Regional, pelo facto de “uma equipa como a nossa, que foi vice-campeã da 3ª Divisão Nacional e subiu à 2ª Divisão Nacional, continue a receber o mesmo como se militasse no escalão da época passada. Não recebemos nem mais um tostão. Como é possível o Governo Açoriano fazer de conta que não vê? E ainda por cima cortou-nos em 12 mil euros, com o corte de transporte ao Continente de dois atletas por jogo. É que este corte pode fazer muita diferença para o técnico, que vai ter que apresentar-se em jogo com menos atletas”.
De referir que o hóquei do clube conta com um orçamento de 80 mil euros, quantia considerada insuficiente para a realização de um trabalho sem desafogos, e onde tudo vai ter que ser esticado ao máximo, para conseguir a manutenção, que é o grande objectivo desta jovem equipa.
Igualmente, o responsável pela modalidade, Dr. Óscar, declarou que não entende a posição do Governo Regional na atribuição de alguns subsídios, nomeadamente, no que diz respeito à palavra “Açores”. “Afinal querem que se fale e leve a imagem dos Açores o mais longe possível, mas corta-se em tudo e mais alguma coisa. Ao contrário de recebermos mais verbas, por estarmos a competir no segundo patamar nacional mais elevado do hóquei em patins, somos penalizados. Sinceramente, é difícil de acreditar, mas é esta a dura realidade”. A palavra “Açores” que é ostentada por alguns clubes nas suas camisolas e que dá direito a um subsídio só é atribuída, no caso do hóquei em patins, a quem joga na primeira divisão nacional. “Ora isto não é compreensível, pois a nossa visibilidade é basicamente idêntica. Então porque é que só o Candelária do Pico tem direito aos 100% do subsídio? Nós levámos igualmente o nome do Arquipélago bem longe, portanto porque não atribuir por exemplo 30% da verba atribuída na totalidade ao Candelária? Vamos jogar igualmente no Continente, de duas em duas semanas, logo, fala-se e dignifica-se a imagem dos Açores”. E Rui Tavares acrescentou ainda que se sentem discriminados por um Governo Regional que não vê os clubes todos por igual. Sentimos essa descriminação e sabemos que não é correcta, nem de aceitar”.  
Por fim, Dr. Óscar solicitou aos atletas para que mostrem o seu real valor e que tentem fazer uma época tranquila, apesar de reconhecer que vai ser algo “complicado com tão poucos recursos, mas vamos mostrar o nosso real valor, mesmo contra a vontade de alguns…”
Júlio Soares, técnico que continua na frente do plantel campeão, confirmou que a manutenção é sem dúvida o grande objectivo do trabalho que vão desenvolver, mas “não nos podemos esquecer que os nossos adversários já andam nestas andanças há vários anos e nós só agora chegámos cá acima. Não vamos ter jogos de pré-época e os nossos adversários vão arrancar com seis ou sete encontros já nas pernas. Enfim, a nossa meta é a manutenção, mas se proporcionar-se um melhor resultado, não vamos desperdiçar essa oportunidade, tal como aconteceu com esta subida de divisão”.
 
Texto e Fotos: Mário Nunes (jornalista)