A abrir esta “cerimónia” Rui
Tavares, presidente de direcção do clube, congratulou-se com o seu plantel e
alertou o mesmo para o problema dos treinos e da necessidade de serem levados o
mais sério possível, pois “só treinando com afinco e muita força de vontade se
conseguem os resultados. Foi assim que aconteceu na época passada, e por isso acabaram
por surgir resultados que não eram esperados, e é uma boa época que espero de
todos vocês”. O presidente do clube afirmou que “é importante dar o litro
durante os treinos, durante a semana, para que em cada desafio os resultados
apareçam e desta forma a manutenção surja o mais rapidamente possível… É só
isso que vos peço, pois sei que esta equipa é unida e recheada de vontade em
vencer”.
Quanto a gastos com esta
nova etapa da secção de hóquei em patins do Marítimo SC, Rui Tavares lançou críticas
ao Governo Regional, pelo facto de “uma equipa como a nossa, que foi
vice-campeã da 3ª Divisão Nacional e subiu à 2ª Divisão Nacional, continue a
receber o mesmo como se militasse no escalão da época passada. Não recebemos
nem mais um tostão. Como é possível o Governo Açoriano fazer de conta que não
vê? E ainda por cima cortou-nos em 12 mil euros, com o corte de transporte ao
Continente de dois atletas por jogo. É que este corte pode fazer muita diferença
para o técnico, que vai ter que apresentar-se em jogo com menos atletas”.
De referir que o hóquei do
clube conta com um orçamento de 80 mil euros, quantia considerada insuficiente
para a realização de um trabalho sem desafogos, e onde tudo vai ter que ser
esticado ao máximo, para conseguir a manutenção, que é o grande objectivo desta
jovem equipa.
Igualmente, o responsável
pela modalidade, Dr. Óscar, declarou que não entende a posição do Governo
Regional na atribuição de alguns subsídios, nomeadamente, no que diz respeito à
palavra “Açores”. “Afinal querem que se fale e leve a imagem dos Açores o mais
longe possível, mas corta-se em tudo e mais alguma coisa. Ao contrário de
recebermos mais verbas, por estarmos a competir no segundo patamar nacional mais
elevado do hóquei em patins, somos penalizados. Sinceramente, é difícil de
acreditar, mas é esta a dura realidade”. A palavra “Açores” que é ostentada por
alguns clubes nas suas camisolas e que dá direito a um subsídio só é atribuída,
no caso do hóquei em patins, a quem joga na primeira divisão nacional. “Ora
isto não é compreensível, pois a nossa visibilidade é basicamente idêntica.
Então porque é que só o Candelária do Pico tem direito aos 100% do subsídio?
Nós levámos igualmente o nome do Arquipélago bem longe, portanto porque não
atribuir por exemplo 30% da verba atribuída na totalidade ao Candelária? Vamos
jogar igualmente no Continente, de duas em duas semanas, logo, fala-se e
dignifica-se a imagem dos Açores”. E Rui Tavares acrescentou ainda que se
sentem discriminados por um Governo Regional que não vê os clubes todos por
igual. Sentimos essa descriminação e sabemos que não é correcta, nem de
aceitar”.
Por fim, Dr. Óscar solicitou
aos atletas para que mostrem o seu real valor e que tentem fazer uma época
tranquila, apesar de reconhecer que vai ser algo “complicado com tão poucos
recursos, mas vamos mostrar o nosso real valor, mesmo contra a vontade de
alguns…”
Júlio Soares,
técnico que continua na frente do plantel campeão, confirmou que a manutenção é
sem dúvida o grande objectivo do trabalho que vão desenvolver, mas “não nos
podemos esquecer que os nossos adversários já andam nestas andanças há vários
anos e nós só agora chegámos cá acima. Não vamos ter jogos de pré-época e os
nossos adversários vão arrancar com seis ou sete encontros já nas pernas.
Enfim, a nossa meta é a manutenção, mas se proporcionar-se um melhor resultado,
não vamos desperdiçar essa oportunidade, tal como aconteceu com esta subida de
divisão”.
Texto e Fotos: Mário Nunes (jornalista)