segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

“BALANÇO DO ANO DESPORTIVO 2013” POR RUI ALEXANDRE PIMENTEL

Técnico de futebol e Comandante do Posto Territorial de Ponta Delgada da GNR

“Como é hábito todos os anos por esta altura, todos nós de uma forma ou de outra, fazemos a “radiografia” anual, esmiuçando todos os acontecimentos transversalmente, onde quase inevitavelmente surge o desporto e em concreto o futebol.
 
Efetuando pois, uma retrospetiva do que foi o ano desportivo regional na modalidade futebol, eis que inevitavelmente verifica-se que não se dissocia da conjuntura económica difícil que o país atravessa. Nessa matéria é de salientar e salutar o esforço financeiro que os clubes adotam, na persecução da concretização dos seus objetivos.
Não querendo ser injusto indicando episódios negativos ou positivos em concreto, opto por realçar precisamente a dinâmica imprimida pelos diversos agentes desportivos que dedicam parte da sua vida ao desenvolvimento do desporto.
Contudo, não será de descurar alguns acontecimentos que marcaram sobremaneira a atividade desportiva e aqui realço a realização do Torneio Lopes da Silva, que decorreu pela primeira vez nos Açores, onde é fundamental para encontrar jovens talentos, servindo muitas vezes de trampolim para as seleções nacionais.
Nessa matéria, saliento o jovem atleta açoriano Filipe Santos, que representa o Sporting Clube de Portugal, onde se sagrou campeão e junta aos títulos regionais, o de campeão nacional de iniciados.
Na II Liga há a salientar o ano pouco feliz por parte do Clube Desportivo Santa Clara que vive um momento de instabilidade, a diversos níveis, indicando-se a substituição da equipa técnica por três vezes, e ainda o processo de insolvência que corre os seus trâmites. Contudo não poderia deixar de enaltecer a aposta do clube nos atletas açorianos, sendo uma mais-valia e incentivo ao atleta local, onde encontra o seu expoente máximo no atleta Minhoca.
Na segunda divisão zona centro, a contrastar, temos o excelente trabalho desenvolvido pelo Clube Operário Desportivo, tendo como cabeça de cartaz o seu treinador André Branquinho, encontrando-se nesta altura a lutar pela fase de apuramento do campeão nacional de seniores, com muito mérito.
Quanto ao Sporting Clube Ideal, depois da subida que empolgou os demais, teve um arranque muito aquém na segunda divisão, passando mesmo pela substituição do treinador, que tem efetuado alguns ajustes com resultados bastante visíveis.
Com o começo da época de 2013/2014, surge a 1ª temporada com o novo modelo para o 3º Nível do futebol português. No Campeonato Nacional de Seniores é o 1º Nível não-profissional do futebol português.
Contudo ficou confirmada a continuidade da Série Açores de futebol. Da reunião das três Associações (Ponta Delgada, Angra do Heroísmo e Horta), levada a cabo com a Direção Regional do Desporto, permitiu chegar a um consenso no que concerne à manutenção do modelo competitivo, embora com algumas alterações meramente administrativas.
A “nova” Série Açores estreou-se assim este ano organizada pelas associações insulares, garantido que ficou o apoio financeiro do governo.
Nesses termos destaca-se a assinatura formal do Contrato do Patrocinador oficial o qual dá o nome à competição designando-se assim “LIGA MEO AÇORES” para as épocas 2013/14, 2014/15 e 2015/16, na sede da Associação de Futebol de Angra do Heroísmo, organizadora da 1ª edição da prova.
Apesar dos esforços encetados para que essa prova subsista no modelo atual, ou seja, organizada pelas associações de futebol locais, começou envolta em dúvidas e chegou a Dezembro rodeada de casos. Desde o financiamento da arbitragem, passando por toda a logística questionando-se mesmo a qualidade das equipas que militam nesta série. Fica assim o sintoma de que muito caminho há a trilhar para o sucesso desse novo modelo.
Destaco igualmente a realização da “XII Gala do Desporto Açoriano” que visa homenagear e distinguir os agentes desportivos, as entidades do desporto escolar e as entidades do associativismo desportivo que se notabilizaram ao longo do ano anterior através dos resultados e classificações alcançados, bem como pelo contributo que deram ao desenvolvimento desportivo regional através do trabalho desenvolvido, reconhecendo assim o Governo dos Açores o seu valor social.
Para este efeito, foi criado um novo modelo descentralizado de entrega dos troféus, procurando a aproximação da população e, em particular, dos apoiantes ao atleta, ao clube, à modalidade e aos seus agentes.
Em suma, apesar de todas as dificuldades fica o sentimento de uma forma ou de outra do dever cumprido em prol de um desporto melhor e dignificante”.