Técnico de futebol e Comandante do
Posto Territorial de Ponta Delgada da GNR
Efetuando
pois, uma retrospetiva do que foi o ano desportivo regional na modalidade
futebol, eis que inevitavelmente verifica-se que não se dissocia da conjuntura
económica difícil que o país atravessa. Nessa matéria é de salientar e salutar o
esforço financeiro que os clubes adotam, na persecução da concretização dos
seus objetivos.
Não
querendo ser injusto indicando episódios negativos ou positivos em concreto,
opto por realçar precisamente a dinâmica imprimida pelos diversos agentes
desportivos que dedicam parte da sua vida ao desenvolvimento do desporto.
Contudo,
não será de descurar alguns acontecimentos que marcaram sobremaneira a
atividade desportiva e aqui realço a realização do Torneio Lopes da Silva, que
decorreu pela primeira vez nos Açores, onde é fundamental para encontrar jovens
talentos, servindo muitas vezes de trampolim para as seleções nacionais.
Nessa
matéria, saliento o jovem atleta açoriano Filipe Santos, que representa o
Sporting Clube de Portugal, onde se sagrou campeão e junta aos títulos
regionais, o de campeão nacional de iniciados.
Na II Liga há a salientar o ano pouco feliz por parte do
Clube Desportivo Santa Clara que vive um momento de instabilidade, a diversos
níveis, indicando-se a substituição da equipa técnica por três vezes, e ainda o
processo de insolvência que corre os seus trâmites. Contudo não poderia deixar
de enaltecer a aposta do clube nos atletas açorianos, sendo uma mais-valia e
incentivo ao atleta local, onde encontra o seu expoente máximo no atleta
Minhoca.
Na segunda divisão zona centro, a contrastar, temos o
excelente trabalho desenvolvido pelo Clube Operário Desportivo, tendo como
cabeça de cartaz o seu treinador André Branquinho, encontrando-se nesta altura
a lutar pela fase de apuramento do campeão nacional de seniores, com muito
mérito.
Quanto ao Sporting Clube Ideal, depois da subida que
empolgou os demais, teve um arranque muito aquém na segunda divisão, passando
mesmo pela substituição do treinador, que tem efetuado alguns ajustes com
resultados bastante visíveis.
Com o
começo da época de 2013/2014, surge a 1ª temporada com o novo modelo para o 3º
Nível do futebol português. No Campeonato Nacional de Seniores é o 1º Nível
não-profissional do futebol português.
Contudo ficou confirmada a continuidade da Série Açores de
futebol. Da reunião das três Associações (Ponta Delgada, Angra do Heroísmo e
Horta), levada a cabo com a Direção Regional do Desporto, permitiu chegar a um
consenso no que concerne à manutenção do modelo competitivo, embora com algumas
alterações meramente administrativas.
A “nova” Série Açores estreou-se assim este ano organizada
pelas associações insulares, garantido que ficou o apoio financeiro do governo.
Nesses
termos destaca-se a assinatura formal do Contrato do Patrocinador oficial o
qual dá o nome à competição designando-se assim “LIGA MEO AÇORES” para as
épocas 2013/14, 2014/15 e 2015/16, na sede da Associação de Futebol de Angra do
Heroísmo, organizadora da 1ª edição da prova.
Apesar dos esforços encetados para que essa prova subsista
no modelo atual, ou seja, organizada pelas associações de futebol locais,
começou envolta em dúvidas e chegou a Dezembro rodeada de casos. Desde o
financiamento da arbitragem, passando por toda a logística questionando-se
mesmo a qualidade das equipas que militam nesta série. Fica assim o sintoma de
que muito caminho há a trilhar para o sucesso desse novo modelo.
Destaco igualmente a realização da “XII Gala do Desporto
Açoriano” que visa homenagear e distinguir os agentes desportivos, as entidades
do desporto escolar e as entidades do associativismo desportivo que se
notabilizaram ao longo do ano anterior através dos resultados e classificações
alcançados, bem como pelo contributo que deram ao desenvolvimento desportivo
regional através do trabalho desenvolvido, reconhecendo assim o Governo dos
Açores o seu valor social.
Para este efeito, foi criado um novo modelo
descentralizado de entrega dos troféus, procurando a aproximação da população
e, em particular, dos apoiantes ao atleta, ao clube, à modalidade e aos seus
agentes.
Em suma, apesar de todas as dificuldades fica o sentimento
de uma forma ou de outra do dever cumprido em prol de um desporto melhor e
dignificante”.