quarta-feira, 22 de julho de 2015

DESISTÊNCIA DO FUTSAL DO COD POR JOSÉ ARAÚJO E GILBERTO BRANQUINHO

Como recentemente informamos, o futsal do Clube Operário Desportivo, clube da cidade de Lagoa, na Ilha de São Miguel, Açores, desistiu e consequentemente não irá competir na próxima época. Razões para esta desistência são várias nas palavras de José Araújo, responsável da AFPD, na modalidade do futsal, que enviou ao DFA, o esclarecimento por nós solicitado quanto a este tema. É que em pouco tempo o COD, em futsal subiu à 1ª Divisão Nacional, levou o nome dos Açores bem longe, mas uma alteração desportiva (criação de um novo campeonato açoriano) e uma redução financeira como consequência deste novo campeonato, parecem ser os motivos fortes para o COD, fechar portas à modalidade.
Igualmente, mas parco em palavras, Gilberto Branquinho, presidente do COD, enviou à nossa redacção o seu parecer sobre o assunto.
 
AFPD através de José Araújo esclareceu:
 
"Como amante e agora com o cargo de director para o futsal da AFPD, é com muita pena que vejo a desistência do Operário na modalidade. É de facto uma perda da identidade da cidade da Lagoa, berço do futsal em São Miguel e da sua juventude.
 
Como escrevi no Jornal Correio dos Açores, em Março de 2014, e anunciado na imprensa de que a FPF/DR e Associações tinham criado a  2ª Divisão Nacional Série Açores, possibilitando ao vencedor competir na 2ª fase de apuramento do primeiro de cada uma das duas zonas, e que tem direito a subir à 1ª Divisão. A minha dúvida ainda mantêm-se…. Será solução? Em relação à evolução técnica do futsal fica tudo na mesma. Só muda a categoria de divisão.
 
As equipas mais evoluídas dos Açores, afirmava eu, podem e devem ser inseridas em divisões com outras exigências competitivas. Continuava eu ainda a escrever, só assim o futsal da Região pode progredir pelo que já era feita uma grande aposta dos clubes em treinadores e em jogadores oriundos dos Açores. Por isso sugeria um Campeonato dos Açores para o futsal nos mesmos moldes da actual Liga MEO Açores em futebol, assim ajudava, sim a preparar os atletas e os clubes para outros voos.
 
Tudo o que escrevi na altura mantenho, mas nunca é tarde para se pensar se era isto que queríamos para a modalidade, conjuntamente com todas as partes envolvidas clubes, Associações, Governo e FPF.
 
Mantenho a minha opinião e de muitos aficionados pelo futsal que as duas equipas dos Açores deveriam era participar numa série com as equipas do Continente, com apoios financeiros consideráveis, e só assim era possível evoluir no seio da modalidade e atingir de novo a 1ª Divisão Nacional.
 
Recuando ainda algum tempo recordo que o Operário teve nas suas fileiras muitos dos melhores do País, mas com a asfixia financeira a que foi forçado não conseguiu manter a qualidade e desceu para a 2ª divisão nacional onde ainda se jogava com os melhores do Continente.
 
Com esta transição para série Açores só se pensou, talvez….na parte económica e a desportiva? Não correu decerto pelo melhor e em quase todas as jornadas em que o Operário e o Rabo Peixe jogaram em casa disputaram dois jogos. Como um mal nunca vem só, ainda a Região obrigou a que os nossos clubes tivessem de fazer também algumas jornadas duplas fora. Só mesmo no futsal... foi assim este campeonato um pouco desvirtuado".
 
Gilberto Branquinho refere tristeza nesta "asfixia" de apoios...
 
"O encerramento do futsal no COD, vem na sequência de várias medidas que tem retirado pouco a pouco a liquidez necessária e a estabilidade desejada. Foram as passagens que de 17, passaram para 12. Agora com a inserção da segunda divisão somente entre ilhas, foi retirada a verba atribuída aos clubes que ostentam a palavra "Açores",  38 mil euros, que já foram de 100 mil euros  quando subimos para a primeira divisão. Enfim muita coisa difícil explicar em poucas palavras...
A decisão de criar esta divisão, leva o futsal a regredir nos Açores, e nós sendo tão afectados, acabamos por decidir terminar a modalidade".
 
Mário Nunes (jornalista)