O Rallye da Ribeira Grande, agendado para 22 e 23 de Maio, poderá ser adiado devido a uma ameaça de boicote da maioria dos agentes da Polícia de Segurança Pública (PSP). O motivo do descontentamento dos elementos da polícia é o atraso no pagamento do serviço remunerado (trabalho extraordinário) requerido pelo Grupo Desportivo Comercial aquando do Rallye Lagoa, realizado em 3 e 4 de Outubro de 2009.
O coordenador regional da Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP/PSP), José Soares afirmou que devido ao “atraso de sete meses no pagamento do serviço requerido à Polícia de Segurança Pública o sindicato vai tentar boicotar a segurança ao rali se não pagarem”.
A posição da associação sindical reúne o apoio da maioria dos agentes na ilha de São Miguel, que segundo José Soares estão descontentes com o atraso nos pagamentos. “Fomos trabalhar na hora da nossa folga. Deixámos a nossa família em casa e somos abandonados num pasto ou canada durante sete a nove horas, mesmo que esteja chuva, vento, frio ou sol. Nem podemos ir à casa de banho e depois levam sete meses para nos pagarem. Não pode ser assim”, queixa-se o coordenador regional da associação ao Açoriano Oriental. José Soares revela que um agente principal durante um dia de rali, cerca de oito horas, recebe cerca de 70 euros, sendo que participaram cerca de 80 polícias na última edição do Rallye Lagoa. Os agentes ficam colocados em locais estratégicos dos troços para garantir a segurança do público que vai assistir. O representante do sindicato salienta que o actual comandante da Divisão de Ponta Delgada e comando Regional dos Açores preparam um reforço alimentar para ser entregue aos agentes durante a participação em operações policiais de longa duração, como acontece com os ralis. A maioria dos polícias aceita efectuar serviços gratificados fora do hora normal de serviço como forma de garantir um complemento ao salário base dos agentes, que é considerado pelo sindicato bastante reduzido para os riscos da profissão. “Ninguém gosta de ir trabalhar sem receber uma compensação".
Mário Nunes /AO

