quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

“JOGADORES DO VILANOVENSE EM CONDIÇÕES DE JOGAR…” – REFERIU NUNO MACIEL, PRESIDENTE DA AFAH


Qual é a posição da Associação de Futebol de Angra do Heroísmo (AFAH) em relação ao processo instaurado pela Federação Portuguesa de Futebol (FPF) ao Vilanovense por eventual utilização irregular de dois atletas no encontro com o Angrense?

Estamos perante um diferendo que envolve dois clubes filiados na AFAH. Temos acompanhado o processo desde o início e a nossa posição é, em primeiro lugar, de expectativa, no sentido de ver o que é que a FPF vai decidir. A AFAH não tem enquadramento jurídico para impor uma decisão em relação a uma prova de âmbito nacional.
Foi-nos solicitado pelo Angrense um esclarecimento em relação a este caso. A partir daí temos acompanhado o processo, ouvindo desde logo as partes envolvidas. Após uma análise exaustiva do processo - em que fomos, por exemplo, recuperar outros casos em tudo semelhantes -, pensamos que a informação que foi transmitida, quer pelo director do Gabinete Técnico da AFAH, no dia em que se realizaram os sorteios associativos, quer pelo nosso funcionário, quando o Vilanovense se dirigiu à AFAH e colocou a questão, considerando os casos anteriores - inclusive da parte do próprio Angrense na época 2007/08, é correcta, atendendo a que os jogos das eliminatórias das taças sob a égide da AFAH servem para descontar castigos.

É verdade que a FPF solicitou esclarecimentos à AFAH sobre o assunto?

A FPF fez-nos, de facto, um pedido de esclarecimento, o qual satisfizemos de imediato. Apesar de tudo, decidiu, em certa medida, voltar à carga, instaurando um processo ao Vilanovense. Aguardamos com serenidade a conclusão do mesmo, reafirmando desde já que a intenção da AFAH é demonstrar a sua total e inequívoca imparcialidade em relação a todo este caso, na medida em que conversámos várias vezes com os clubes, procurando auscultar os argumentos de ambas as partes.
Porém, volto a afirmar que a AFAH não tem competência jurídica para dirimir este conflito. Limita-se a fornecer as informações requeridas, até com base, digamos, em casos análogos verificados no passado.

Independentemente da falta de legitimidade jurídica da AFAH para intervir no processo, é lícito concluir que na sua leitura a razão assiste ao Vilanovense?


Não sou especialista em regulamentos associativos e federativos, mas de qualquer forma a direcção teve o cuidado de reunir com o Conselho de Disciplina e ao mesmo tempo, analisar processos anteriores. Como, entretanto, a lei não sofreu alterações, entendemos que os dois atletas envolvidos, que foram expulsos na Ribeira Grande, no desafio com o Sporting Ideal, cumpriram o respectivo castigo nos jogos realizados nas semanas subsequentes, ou seja, no Vilanovense - Lusitânia, a contar para a primeira eliminatória da Taça Ilha Terceira, e no Vilanovense - Capelense, a contar para a Série Açores. Os jogadores tinham sido castigados com dois encontros de suspensão e, neste contexto, cumpriram a devida sanção nos dois domingos posteriores. Tudo indica, portanto, que estariam em condições de alinhar no desafio entre Vilanovense e Angrense, inserido no calendário da Série Açores.

Mário Nunes/Diário Insular