Esta
tarde, o árbitro Norberto Preto, que apitou o desafio do escalão de benjamins entre
as equipas do Aguia CD e o CD Oliveirenses "A", foi alegadamente agredido
no final do encontro. Esta situação provocou o cancelamento do jogo seguinte
entre os juvenis do Águia e Rabo de Peixe.
Foto: arquivo/DFA |
Todo este alvoroço foi presenciado
pelo presidente do Conselho de Arbitragem da AFPD, Hélder Medeiros, juntamente
com o seu vice-presidente Luís Silva. Estes dois elementos do CA da AFPD
estavam presentes no recinto para realizarem o trabalho de fiscais de linha,
uma vez que são árbitros, e pelo facto dos árbitros nomeados não poderem estar
presentes e assim realizar-se o jogo dos juvenis.
A nossa reportagem, logo
após os acontecimentos, entrou em contacto com Ricardo Ponte, responsável na
Comissão Administrativa do Águia que
explicou que "o que aconteceu teve a ver com uma alegada má arbitragem do
árbitro durante a parte complementar do jogo e das atitudes pouco assertivas de
Norberto Preto, que no final do encontro quando falava com um jogador do Águia
CD, gesticulou de forma que a sua atitude foi entendida como uma tentativa de
agressão ao jogador. O pai deste jovem atleta, não gostou, saltou para dentro
do campo, e foi pedir satisfações ao juiz da partida. O árbitro ao ser confrontado,
fez "corpo" ao pai do atleta, o que levou a que mais algumas pessoas
entrassem para o campo. A PSP já estava presente para o encontro seguinte de
juvenis. Eu próprio tentei acalmar a situação e tudo ficou bem, porque não
estamos no desporto pela violência mas pelos nossos atletas e clube, que nos
orgulha em muito. É certo que a atitude do pai do jogador é reprovável."
Ricardo Ponte critica ainda
a atitude do árbitro pois "não andamos aqui a brincar, durante uma semana
a treinar miúdos para depois vir um árbitro e estragar tudo, e pior que isso,
falar de forma agressiva e violenta para o pequeno atleta com os braços no ar,
dando a sensação que o ia agredir. E mais grave, é o facto dos árbitros virem
para aqui dizer que por 6 euros que ganham não têm que estar expostos a ouvir
insultos nem ser ameaçados. Mas ninguém foi agredido, muito menos o árbitro
como afirmou à saída do recinto desportivo. Ele só fez isto porque estavam cá o
presidente e vice-presidente do Conselho de arbitragem. O árbitro, ao que se
sabe, é policia de profissão, e mesmo assim teve medo de apitar o jogo seguinte
com três policias no recinto? Lamento é que venham para o Águia queixar-se que
ganham pouco e fazer com que a nossa imagem passe como se fossemos uns vândalos,
o que não é verdade. Não querem apitar, não apitam, mas não brinquem com quem
trabalha sério".
Do outro lado, escutámos o
presidente do Conselho de Arbitragem, Hélder Medeiros que referiu que lamenta
profundamente "estas tristes atitudes que tiveram como impulsionadores os
próprios directores do Águia. Isso é muito grave e preocupante porque um
árbitro foi agredido por um pai de um atleta em campo, que de imediato foi
identificado pela PSP no local. Para além disso, dois elementos do Conselho de Arbitragem
foram vaiados e insultados quando estavam presentes para o jogo de juvenis que
se iria realizar de seguida."
Relativamente à situação de
recusa em apitarem o jogo seguinte, Hélder Medeiros referiu que "deveu-se
ao facto de existir um clima de medo porque mantiveram-se no local cerca de
três dezenas de adeptos a insultarem-nos, chegando ao cúmulo de terem dado murros
no meu veículo particular. Tivemos que sair sobre escolta policial do recinto
do Águia, o que é humilhante para nós e, mesmo assim, ainda fomos perseguidos, mesmo
com escolta policial, sempre vaiados por adeptos e directores do Águia. Assim
não. Os árbitros não entram em violência, mas também não admitem faltas de
respeito e violência, por parte de ninguém e muito menos quando a mesma é
incentivada pelos directores do clube da casa, neste caso o Águia CD".
Hélder Medeiros adiantou que
pessoalmente pondera accionar judicialmente os desordeiros e responsáveis por
esta situação, assim como os indivíduos que o insultaram e tentaram agredir. "O
Conselho de disciplina actuará em conformidade com a situação e, na próxima
jornada, não vai ser nomeada nenhuma equipa de arbitragem para os benjamins do
Águia CD.
Tanto do lado da arbitragem,
como por parte do Águia têm intenções de avançar até às mais altas instâncias
superiores para que seja feita justiça.
De referir que no jogo entre
o Águia e Oliveirenses "A", no escalão de Benjamins, venceu a equipa
da Fajã de Cima por 4-3, sendo que ao intervalo o Águia vencia por 3-1.
Mário Nunes (jornalista)